LITURGIA / ANO B – 10° DOMINGO DO TEMPO COMUM – 10/JUN/2018

* Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã *


1a Leitura - Gn 3, 9-15: Terás porventura comido do fruto que Eu te proibi?

2a Leitura - 2 Cor 4,13 - 5,1: Nosso homem interior se renova a cada dia em Cristo.

Evangelho - Mc 3,20-35: Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão (ã).

A liturgia de hoje leva-nos a meditar sobre nossa resposta frente a vontade de Deus e nossa liberdade de optar pelo bem ou pelo mal. A 1ª Leitura mostra a criação de Deus como espaço ideal de felicidade onde tudo é bom e o ser humano vive em comunhão total com o Criador e com as outras criaturas. Na sequência, o autor sagrado descreve o pecado do homem e da mulher que “comeram do fruto da árvore do Paraíso” em desobediência à vontade de Deus. Tal árvore é imagem bíblica que traz o simbolismo das escolhas humanas quando baseadas em critérios de egoísmo e autossuficiência, prescindindo dos critérios divinos. Mostra como as opções erradas introduziram desequilíbrio na comunhão humana com Deus e com o restante da criação original, resultando em dinamismos de sofrimento e morte. Reconhecemos bem este quadro atual de tanta injustiça, corrupção e violência, que de sobremaneira tanto desfiguram o nosso país e tantos outros.

Como proposta de reconstrução e renovação do ambiente em que vivemos, somos exortados na 2ª Leitura a buscar o significado da nossa vida em Cristo. São Paulo afirma que o homem interior se renova a cada dia na medida em que faz a opção plena por Deus, vivendo como autêntico discípulo de Jesus. É preciso crescer espiritualmente: “Por isso não desanimamos. Mesmo que o nosso homem exterior vá se fragilizando gradativamente, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando a cada dia em Cristo”.

No Evangelho, a atitude de seus parentes que acusavam Jesus de louco ao verem as multidões acorrerem para Ele e a interpretação dos mestres da Lei que viam no Mestre o poder de Belzebu, choca-se com a realidade da ação divina em Jesus. Isso significava negar que o Espírito Santo agia através de Cristo e atribuir ao demônio como blasfêmia, o que pertencia ao Espírito de Deus. As acusações contundentes levantadas contra Jesus manifestam um fechamento à ação do Espírito. Fechar-se ao Espírito Santo significa fechar-se ao Pai e ao Filho e, por conseguinte, afastar-se da misericórdia divina manifesta no perdão dos pecados. O perdão, por sua vez, é crer no amor; o perdão é expressão de amor. E quem não crê no amor, não abre espaço para o perdão. Permanece fechado dentro dos seus muros e não se abre à amplitude da vida. Quem não ama não perdoa. Tampouco é perdoado quem não se deixa amar. O problema não está em Deus, pois Ele continua amando a todos. O problema está em nós, pois se não cremos em seu amor, nunca nos sentiremos amados e perdoados.

Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Trata-se de um claro convite para fazermos parte da família de Jesus e para consentirmos circular em nosso interior o sopro do Espírito Santo (Mc 3,35).

[Fontes: "Palavra de Deus e Nova Evangelização", "Nas Fontes da Palavra” e “Intimidade Divina” / adaptação: Wilson].

 Baixe o PDF