LITURGIA / ANO C – 2º DOMINGO DA PÁSCOA – 28/ABR/2019

* As Aparições de Jesus Ressuscitado *


1a Leitura - At 5,12-16

2a Leitura - Ap 1,9-13.17-19

Evangelho - Jo 20,19-31

A liturgia deste domingo relata as aparições de Cristo ressuscitado a seus discípulos para confirmar definitivamente a fé dos apóstolos e da comunidade sobre a sua Ressurreição. A fé em Cristo mantinha os primeiros cristãos em íntima união e era fortalecida pelo testemunho dos apóstolos conforme a Leitura: ‘Muitos sinais e maravilhas eram realizados entre o povo pelas mãos dos apóstolos’.

São João Evangelista relata na leitura uma luminosa visão de Cristo ressuscitado que lhe disse: ‘Eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive. Eu tenho a chave da morte e da região dos mortos’. Testemunha privilegiada da Páscoa, tanto por sua presença junto à cruz como no sepulcro vazio, João ‘o discípulo amado’ recebe mais um testemunho do Espírito para confirmar a fé de seus irmãos.

Em todas suas aparições existe uma constante: o Ressuscitado que se faz reconhecível é o mesmo Jesus, é o crucificado, é seu corpo chagado. Suas feridas são inseparáveis da morte e da entrega a uma causa: o Reino. As chagas, sinal de seu amor extremo, evidenciam que é o mesmo que morreu na cruz. A permanência dos sinais de sua morte indica a permanência de amor; elas são as cicatrizes de um compromisso com a vida. Podemos dizer que a experiência de Tomé (Evangelho) – que é também a nossa – tem um valor importante para nós, seguidores(as) do Ressuscitado. Cristo continua levando em suas mãos e em seu peito a ferida da história, não só as chagas dos cravos e o corte da lança em seu próprio corpo, mas a chaga dos enfermos, dos famintos e oprimidos e a infinidade de pessoas que continuam sofrendo ao nosso lado. São estas suas feridas e chagas nas mãos e no lado aberto os sinais que o Ressuscitado nos mostra para que possamos reconhecer as cicatrizes que também nós carregamos em nossos corpos. São estes os sinais que Ele nos mostra para que possamos pôr também nossas mãos nas feridas que continuam abertas em nosso mundo, nas mãos e lados de tantas irmãs e irmãos, de tantos povos, de nós mesmos.

“Fazer memória” das cicatrizes na sua história corporal, unindo-as às “feridas do Ressuscitado”, isso já é ressurreição, plenitude do mistério da comunhão através dos gestos, da proximidade, do abraço… A cada abraço sentido, uma ressurreição também vivida!

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