LITURGIA / ANO C – 16º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 21/JUL/2019

* A hospitalidade a Deus em meio à humanidade *


1a Leitura - Gn 18,1-10

2a Leitura - Cl 1,24-28

Evangelho - Lc 10,38-42

A hospitalidade a Deus em meio a humanidade constitui o tema central da liturgia de hoje. No último domingo, no evangelho do Bom Samaritano, foi-nos transmitida a necessidade de “não passar de lado” diante do ser humano que precisa de nós. Hoje a liturgia nos ensina a “não passar de lado diante de DEUS” que se nos apresenta. O coração humano só pode ser aberto por dentro e também só por dentro pode se fechar, a Deus e aos irmãos. A muitos a vida lhes fecha o coração ou os impede de abri-lo. Inclusive, chegam a fechar-se ao melhor de si mesmos: à sua própria consciência. São muitos, talvez nós mesmos, os que vivem mergulhados em suas ocupações e monopolizados por suas preocupações. No mundo atual, o ritmo acelerado e agitado da vida é fonte de tensão emocional constante. Correm desenfreadamente atrás de ilusões, prendem-se às alienantes fantasias das novelas e assim fogem do encontro consigo mesmo. E o fruto de tudo isso é a falta de paz e serenidade que perpetua a atitude das fugas de todo tipo. Hoje, a liturgia da Palavra nos convida a descobrir até que ponto falta ao nosso coração a capacidade de preparar um lugar propício para acolher a Deus e um espaço para a recepção hospitaleira ao próximo. Ambas as acolhidas se resumem numa única hospitalidade, já que ao descobrir em toda a pessoa um irmão ou uma irmã em Cristo, descobrimos Cristo em toda a pessoa. Na Leitura vemos a aparição de Deus à Abraão por meio de três misteriosos personagens, portadores visíveis da invisível majestade de Deus. “Meu Senhor” – diz Abraão, prostrando-se até o chão – “peço-vos, se encontrei graça a vossos olhos, não passeis adiante sem vos deterdes em casa de vosso servo”. Também na  Leitura, São Paulo anuncia a presença de Deus em meio a humanidade, proclamando “o mistério escondido por séculos e gerações, mas agora revelado aos seus santos: a presença do Cristo em nós“ (Cl 1,27). No Evangelho, Jesus é recebido na casa de Marta e Maria. Maria permanece na escuta absorta da novidade que Jesus traz. Entretanto, a preocupação de Marta em lidar com o trabalho como simples tarefa a cumprir, sem vislumbrar o objeto deste serviço como feito diretamente a Jesus, parece impedi-la de viver a hospitalidade com alegria. Não se trata de contrapor a ação diante da oração, mas sim buscar uma atitude contemplativa na ação. É sermos hospitaleiros a Deus em Cristo no outro a quem servimos.

[Fontes: “A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração”,” Intimidade Divina” e “Palavra de Deus e Nova Evangelização” / adaptação: Wilson].