LITURGIA / ANO C – 12º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 24/JUN/2018

* NATIVIDADE DE JOÃO BATISTA *


1a Leitura - Is 49,1-6: Eu te farei luz das nações.

2a Leitura - At 13,22-26: João pregou um batismo de conversão.

Evangelho - Lc 1, 57-66.80: ‘João é o seu nome’.

Houve um homem enviado por Deus: o seu nome era João. Veio para dar testemunho da luz e preparar para o Senhor um povo bem-disposto a recebê-lo” (Entrada da Missa: Jo 1,6s; Lc 1,17). Embora não haja ninguém cujo nascer seja celebrado tão solenemente quanto o de Jesus, Santo Agostinho lembra que a Igreja festeja o nascimento de João Batista como um acontecimento sagrado. João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem! O Batista é o último profeta do Antigo Testamento e o primeiro a testemunhar a presença viva do Messias em meio ao povo.

João aparece como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Cristo o chama de limite quando diz: ”A lei e os profetas até João Batista (Lc 16,16) ”. Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o Novo é declarado profeta ainda nas entranhas de sua mãe Isabel. Na verdade, antes mesmo de seu nascimento, João exulta de alegria no útero materno diante da presença de Jesus também em gestação no 3º mês no seio de Maria. Antes de nascer, já se revela de quem seria precursor, antes mesmo de ser visto por Ele. Por fim, nasce. Recebe o nome (“João é o seu nome”) e solta-se a língua do pai Zacarias. Solta-se a língua, porque nasce aquele que é a voz profética. Com efeito, quando João já anunciava Cristo, perguntaram-lhe: “Quem és tu? ” E ele respondia: “Eu sou a voz do que clama no deserto“ (Jo 1,23). João é a voz no tempo; Cristo é a voz desde o princípio, a Palavra eterna. Contemplando hoje a figura do Batista que cumpriu tão fielmente sua missão, podemos pensar se também nós aplainamos os caminhos de Jesus na direção da alma daqueles chamados pelo Pai.

A missão de João caracteriza-se sobretudo por ser o Precursor, aquele que anuncia outro: “Veio para dar testemunho da luz”. A missão do arauto é desaparecer, ficar em segundo plano quando chega aquele que é anunciado. “Tenho para mim – diz São João Crisóstomo – que por isso foi permitida quanto antes a morte de João, para que, desaparecido ele, todo o fervor da multidão se dirigisse para Cristo, ao invés de se repartir entre os dois” (S. João Crisóstomo: Homilias sobre o Evangelho de São João).

A santidade de João, suas rijas e atraentes virtudes, suas pregações tinham contribuído para que pouco a pouco se desencadeasse um forte movimento religioso em toda a Palestina. As multidões estavam sedentas de Deus, a esperança do Messias era muito viva e muitos iam ao encontro João que lhes batizava e dizia: “Eu não sou o Messias, mas fui enviado adiante Dele… É necessário que Ele cresça e eu diminua”. Esta é a tarefa de nossa vida: que Cristo cresça conforme a exortação de São Paulo: “Eu vivo, mas não sou eu; é Cristo quem vive em mim”! (Gl 2,20).

[Fontes: ”Liturgia das Horas: Sermões de Santo Agostinho” e “Falar com Deus” / adaptação: Wilson]

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