LITURGIA / ANO B – 17º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 29/JUL/2018

* Jesus, o Pão da Vida! *


1a Leitura - 2 Rs 4,42-44: Comerão e ainda sobrará!

2a Leitura - Ef 4,1-6: Há um só corpo, um só Senhor e uma só fé.

Evangelho - Jo 6,1-15: Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os.

O tema deste domingo está centrado na providência divina voltada às necessidades do homem. Por outro lado, Deus conta com nossa ativa participação, convidando-nos a colocar o que temos em disponibilidade para que sua ação divina multiplique os frutos de nossos trabalhos.

Assim, na 1ª Leitura retirada do Antigo Testamento, o profeta Eliseu recebe de um homem seus primeiros frutos da terra que eram vinte pães de cevada e trigo novo. O profeta ordena que sejam distribuídos a cem homens, mas seu servo argumenta serem muito poucos pães para tantas pessoas. Entretanto aconteceu conforme Deus havia prometido através da profecia de Eliseu: “Comerão e ainda sobrará”. E de fato “O homem distribuiu e ainda sobrou“.

No Evangelho, repete-se o milagre de modo ainda mais contundente quando, a partir de cinco pães e dois peixes, Jesus sacia a fome de aproximadamente cinco mil pessoas (Jo 6,11). Note-se que em ambos os milagres sobram pães, demonstrando que Deus é pródigo em prover as necessidades de suas criaturas. E então como se explica que em nossos dias existam tantos famintos pelo mundo? É para se refletir! É bom lembrar que os dois prodígios operados por Deus não vieram do nada, mas a partir recursos humanos oferecidos, embora bastante limitados. Sempre é pouco o que o homem pode fazer, mas Jesus conta com este pouco para poder intervir. E se hoje há tanta gente sem pão para matar a fome, não dependerá aos que vivem na abundância saberem oferecer aos necessitados ao menos o supérfluo?

O Deus onipotente pode tirar tudo do nada, mas quando trata com criaturas livres, normalmente não age sem a cooperação delas. Quando o ser humano faz a sua parte, o Deus sempre misericordioso e onipotente não deixa de fazer frutificar suas boas obras.

O milagre da multiplicação dos pães feito por Jesus prefigura a realização de outro ainda mais extraordinário, o milagre da Eucaristia. Não é por acaso que a descrição dos gestos de Cristo na multiplicação dos pães antecipa, quase ao pé da letra, os movimentos e palavras durante a instituição da Eucaristia: “Tomou os pães e, depois de ter dado graças, os distribuiu” (Jo 6,11). Depois de ter saciado com tanta liberalidade a fome física, irá Jesus saciar a nossa necessidade de alimento espiritual, porque Ele é o “pão vivo” descido do céu que dá a vida eterna àqueles que o recebem. Nutridos por um só pão os fiéis formam um só corpo, o Corpo místico de Cristo.

Tal realidade fundamenta o dever da caridade e solidariedade cristãs de que fala a 2ª Leitura. Na carta, São Paulo exorta os efésios a “conservarem a unidade do espírito no vínculo da paz“, porque há “um só Corpo, um só Espírito e um só Senhor. ”

[Fontes: "A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração", "Nas Fontes da Palavra", "Intimidade Divina" e "Falar com Deus" / adaptação: Wilson]

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