LITURGIA / ANO B – 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 07/OUT/2018

“O que Deus uniu, o homem não separe” (Mc 10,9)


1a Leitura - Gn 2,24

2a Leitura -

Evangelho - Mc 10,8

No ápice da criação está o ser humano como homem e mulher. Exatamente pela igual dignidade e ao mesmo tempo por sua diversidade tão profunda, ambos são a expressão da própria imagem divina. Idêntica natureza humana, mas diferenciada em dois sexos que no plano divino têm a grande função de integrar-se, completar-se e sustentar-se mutuamente, colaborando com o plano divino da criação: “Por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher e serão uma só carne(Gn 2,24: Leitura).

O Evangelho da missa prossegue no mesmo tema: “Assim, já não são dois, mas uma só carne(Mc 10,8: Evangelho). Em hebraico, a palavra “carne” designa o ser humano em sua completa realidade. É como se dissesse: uma só vida, não duas vidas justapostas, mas um só projeto de vida, algo inseparável. “Projeto a dois”, mas sem anular a identidade, a originalidade do outro. O amor faz do homem e da mulher não “duas metades” que se encontram, mas dois inteiros que se doam, e que generosamente acolhem e transbordam o Amor de Deus semeado em seus corações, desde sempre.

Tal unidade torna-se indissolúvel pelo sacramento do matrimônio na Igreja que traz Cristo vivo ao casal para que o “santificador (Jesus) e santificados (casados) formem um só todo( Leitura). Os trâmites legais que certificam o consentimento conjugal se firmam em um momento. Mas a união de duas pessoas em “comunhão de vida e amor” não é momento, mas processo; não tem efeito instantâneo a partir de uma declaração legal. Para o casamento, basta meia hora. Para a consumação do matrimônio “de maneira humana”, é preciso uma vida inteira. Jesus com o olhar na vontade original do Criador, incute nos casados a máxima responsabilidade para com seu matrimônio.

É muitas vezes pela dureza dos corações que é destruído um projeto original do Criador, tornando-se cada vez mais importante um amadurecimento dos jovens no amor com uma adequada preparação para o matrimônio. Esta preparação se inicia dentro da própria família, onde o maior presente para os filhos é que de fato os pais sejam “uma só carne”, no sentido exato. Especialmente sobre os filhos, fruto do casamento, se reflete a união ou desunião do casal. As crianças aprendem principalmente o que vivem, não o que se lhes diz. Providencialmente o Evangelho do dia termina com o trecho referente às crianças: “Deixai vir a mim as crianças”. Ao abraçá-las e abençoá-las, Jesus certamente acolhia as mães e os pais que as apresentavam. Repetindo o gesto de Cristo, o dever dos pais cristãos é levar seus filhos para Deus e assim cooperar para a difusão do seu Reino.

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