LITURGIA ANO B – 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 30/SET/2018

* Quem não é contra Cristo, é a seu favor...! *


1a Leitura - Nm 11,25

2a Leitura -

Evangelho - Mc 9,38-48

Na Leitura de hoje, após as queixas insistentes que Moisés fazia a Deus – sem forças para cuidar sozinho de toda a multidão – Deus “retirou um pouco do espírito que Moisés possuía e o deu a setenta anciãos”, reunidos ao redor da tenda do acampamento (Nm 11,25). Dois dos anciãos, porém, tinham ficado fora do acampamento e o Espírito repousou igualmente sobre os dois que estavam na lista dos escolhidos, mas que não tinham ido à tenda. Começaram então a profetizar no acampamento sendo vistos pelo jovem Josué que, indignado, protestou. Moisés respondeu-lhe: “Tens ciúmes por mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu Espírito”! Entretanto, antes de tudo, foi necessário que Moisés por meio de sua autoridade religiosa, reconhecesse a autenticidade e a validade da profecia daqueles dois homens do acampamento que não tinham ido à tenda. Quem tem a experiência da grande responsabilidade de falar e atuar em nome do Espírito Santo, longe de ter ciúme, alegra-se em compartilhar tal responsabilidade. Entretanto, as irregularidades começam quando são os indivíduos que por sua própria iniciativa se “autodeclaram profetas”, sem um autêntico reconhecimento da Igreja.

No Evangelho (Mc 9,38-48), de modo semelhante às críticas que Josué fizera na 1ª Leitura sobre a validade da profecia dos anciãos que “haviam ficado fora da tenda”, os discípulos mais ciumentos vêm reclamar a Jesus que alguém fazia milagres em Seu nome e que deveria ser proibido de fazê-lo pelo simples fato de não estar com eles. Mas Jesus, como Moisés, os reprova dizendo: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim”. Todo aquele que opera o bem em nome de Cristo, ainda que não pertença à Igreja, demonstra estar espiritualmente próximo dela e ter ao menos uma semente de fé pela qual deve ser respeitado e tratado com benignidade, enquanto se espera com confiança que essa semente se desenvolva. “Pois quem não é contra nós é por nós”, disse Jesus. Tratando das obrigações dos apóstolos e discípulos para com os de fora da comunidade, Jesus diz serem estes particularmente responsáveis pela fé do povo, especialmente entre aqueles de maior fragilidade. Cristo tem a este respeito palavras duras: “Se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado ao mar”. Não havemos de passar superficialmente pela nossa conduta, senão refletir nela com seriedade e a dirigir para que nenhuma de nossas palavras ou atitudes possa perturbar a fé entre aqueles da comunidade em que vivemos.

[Fontes: "Intimidade Divina” e "A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração" / adaptação: Wilson]

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