LITURGIA / ANO C – FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA – 30/DEZ/2018

* FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA *


1a Leitura - Eclo 3,3-7.14-17: Quem teme o Senhor, honra seus pais.

2a Leitura - Cl 3,12-21: Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia.

Evangelho - Lc 2,41-52: E Jesus crescia em sabedoria e graça diante de Deus.

A festa da Sagrada Família, fixada pela liturgia em pleno clima natalício, põe em evidência nas duas primeiras leituras da missa, pontos de suma importância com relação à família. O primeiro sobre o respeito dos filhos para com os pais: “Quem honra seus pais terá alegria com os próprios filhos” (1ª Leitura). Outro ponto trata do amor mútuo que deve fazer da família cristã, a comunidade ideal conforme a carta de São Paulo aos Colossenses: “Irmãos, revesti-vos de profunda misericórdia, mansidão, bondade, humildade e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente” (2ª Leitura). Hoje é, portanto, uma data muito oportuna para a reflexão sobre o valor da família no plano de Deus.

O ser humano necessita de um ambiente propício onde possa desenvolver sua potencialidade e tornar-se pessoa. Cada ser humano adquire a “forma” do ambiente em que é criado. As relações familiares deveriam ser espaço de humanização e nos motivar a não nos deixar determinar pelo nosso individualismo e egoísmo. No Evangelho da missa, a “perda e encontro” de Jesus no Templo revela e condensa todo o foco de sua vida, que é buscar a Vontade do Pai.

Mas Jesus não é somente este jovem que decide “perder-se” no templo; é todo cristão que busca a Vontade de Deus; somos todos nós, convidados a “perder-nos” na busca de Deus, de seu Reino, da missão que Ele tem reservada para nós. Hoje só há uma condição para poder entrar em sintonia com o coração do Pai: sentir-se “perdido”, como Jesus, buscando o bem dos demais, o serviço da Igreja, do Reino de Deus… Diferentes maneiras de expressar nosso chamado a servir. Hoje, certamente Jesus não se “perderia” nos Templos (às vezes menos cheios…), mas nos grandes centros, nos grandes shoppings, onde estão os novos sacerdotes sem história e sem futuro, fazendo sacrifícios nos grandes altares do consumo.

Seguir a Jesus, às vezes, pode questionar e transformar esquemas e costumes muito enraizados em nós. A família não é para Jesus algo absoluto e intocável. Mais ainda. O decisivo não é a família de sangue, mas essa Grande Família que, nós seus seguidores, devemos ir construindo, escutando o desejo do único Pai-Mãe de todos. O Evangelho de hoje deixa claro que Maria e José tiveram de aprender isso, não sem problemas e conflitos. Seus pais “não compreenderam as palavras que lhes dissera”. Só aprofundando em suas palavras e em seu comportamento diante de sua família, descobriremos progressivamente que, para Jesus, a grande família humana é antes de tudo uma sociedade mais fraterna, justa e solidária, tal como o Pai a deseja!

[Fontes: “Intimidade Divina” e “Palavra de Deus e Nova Evangelização” / adaptação: Wilson]

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