LITURGIA / ANO C – FESTA DA EPIFANIA DO SENHOR – 06/JAN/2019


1a Leitura - Is 60, 1-6: A glória do Senhor descerá sobre ti.

2a Leitura - Ef 3,2-3.5-6: Agora o mistério também foi revelado aos gentios.

Evangelho - Mt 2,1-12: Viemos do oriente para adorar ao Rei.

A liturgia da Igreja mostra-nos na 1a Leitura a terra envolvida em trevas”, mas que sobre ela “aparece o Senhor e sua luz”. Ouvindo este oráculo, celebramos neste domingo a festa da Epifania que significa “manifestação“, a manifestação de Cristo ao mundo inteiro. Após a solenidade do nascimento de Cristo, resplandece hoje a festa da manifestação d’Aquele que a Virgem deu à luz no Natal:- Jesus é reconhecido como Deus. A 2a Leitura destaca a natureza universal desta manifestação. Cristo instituiu a nova aliança no seu sangue convocando, entre os judeus e os gentios, um povo que se constituirá o novo povo de Deus. O apóstolo São Paulo falando do mistério de Cristo que ele por encargo divino deve revelar aos homens, se dirige também aos não judeus (ou gentios) proclamando esse mistério à humanidade sem distinção de raça ou nação.

O Evangelho leva-nos ao centro da festa da Epifania. Nos reis magos vemos milhares de almas de toda a Terra que se põem a caminho para adorar ao Senhor. Passaram-se vinte e um séculos desde aquela primeira adoração e esse longo desfile do mundo gentio continua chegando à Jesus com tantas pessoas que, como os magos – antes de encontrarem a Cristo – têm de fazer uma longa caminhada em meio a hesitações e dúvidas. A atitude de fé dos magos que não desistem, apesar das dificuldades e imprevistos, é exemplar e há de se constituir estímulo e modelo para todos os que buscam encontrar o Senhor.

O termo “magos” tem uma considerável gama de significado, mas, certamente em Mateus, são sábios cuja sabedoria religiosa e filosófica os põe em caminho; é a sabedoria que leva a Cristo. Somente homens de uma certa inquietude interior, homens de esperança, em busca da verdadeira estrela da salvação, seriam capazes de colocar-se em caminho e percorrer a longa distância entre o Oriente e Belém. A experiência dos Magos nos exorta a não nos contentar com a mediocridade, a não permanecer adormecidos e estáticos. O deslocamento dos Magos ajuda a nos deixar guiar pela estrela do Evangelho para encontrar Aquele que é Luz e assim poderemos levar aos outros um raio de Sua luz e compartilhar com eles a alegria do caminho. A verdadeira luz está mais presente na gruta despojada que nos palácios e templos de Jerusalém. Deus, a Luz, não está presente nos caminhos e pretensões de Herodes (e existem muitos Herodes e faraós soltos pela história), mas naquele que é frágil e está deitado em um presépio. Os magos, após o encontro com o Menino Jesus, “regressaram por outro caminho”, não só para evitar Herodes, mas porque também encontraram o Caminho: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).

[Fontes: “L’ Osservatore Romano”, “Falar com Deus”, “Nas Fontes da Palavra” e "Intimidade Divina" / adaptação: Wilson]

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