LITURGIA / ANO C – BATISMO DO SENHOR – 13/JAN/2019


1a Leitura - Is 42,1-4.6-7: "Eis o meu servo; pus meu espírito sobre Ele".

2a Leitura - At 10, 34-38: Foi ungido por Deus com o Espírito Santo.

Evangelho - Lc 3,15-16.21-22: "Tu és meu filho amado!”

 

 

Terminado o ciclo natalino, somos convidados a fazer o caminho com Jesus durante sua vida pública. Liturgicamente, este longo percurso contemplativo é conhecido como “Tempo Comum” (este ano seguiremos o Evangelista Lucas), tempo de intimidade e de identificação com Aquele que é nossa referência e inspiração no processo de maturidade cristã. Vemos hoje na 1a Leitura o profeta Isaías que fala sobre o “Servo de Deus“, que o Novo Testamento o identifica com a vida e a obra de Jesus: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações”. Também o apóstolo Pedro, nos primórdios da Igreja nascente (2a Leitura), testemunha “como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder” e resume sua ação messiânica ao dizer: “Passou a vida fazendo o bem e curando os oprimidos, porque Deus estava com ele” (At 10,38).

No Evangelho, a festa do batismo de Jesus é também uma outra “epifania“, isto é, manifestação de Deus ao mundo (celebrada domingo passado na visita dos Reis Magos), porque nela é revelada novamente a divindade de Cristo no momento em que o Pai se faz ouvir solenemente por sua voz: “Tu és o meu Filho bem-amado; em ti ponho o meu bem querer”. Com o batismo de Jesus começa uma nova era na história do mundo, na história da intervenção salvífica de Deus em favor da humanidade. Toda a Trindade intervém nesta grande epifania às margens do Jordão: o Pai faz ouvir sua voz revelando o Filho; o Filho é apresentado em Jesus e o Espírito Santo desce visivelmente sobre Ele. A verdade anunciada de modo velado por Isaías resplandece agora em todo o seu significado messiânico. A expressão “meu servo” é substituída por outra: “meu Filho amado. O Espírito Santo que Jesus possui em plenitude, aparece sobre Ele “em forma visível, como pomba” (Lc 3,22). Cristo desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, ‘para mostrar com sua humildade o que para nós era uma necessidade’ (Sermão 51,33). Com o batismo de Jesus ficou preparado o batismo cristão: enquanto Ele recebia a unção do céu, tomava-nos pela mão, a todos que um dia seríamos batizados. Nele, a mesma Voz também proclama a nós: “Tu és meu filho amado, em ti ponho meu bem querer“. O batismo também passa a fazer parte da missão aos apóstolos, conforme Jesus anuncia no episódio da Ascensão: “Todo o poder me foi dado no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,18-19). O Batismo inicia nossa vida cristã permitindo que se desenvolva o processo de divinização da alma humana sob a ação da graça de Deus. A partir do batismo, o cristão passa a fazer parte da Igreja, família dos filhos do Deus Pai, irmãos do Filho, santificados pelo Espírito Santo e tendo Maria por Mãe espiritual.

[Fontes: “Falar com Deus”, “Palavra de Deus e Nova Evangelização” e “Intimidade Divina” / adaptação: Wilson]

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