A liturgia encerra hoje o “Ano Litúrgico” celebrando “Cristo Rei”, festividade promulgada em 1925 pelo Papa Pio XI, especialmente instituída para nos mostrar Jesus como soberano de todas as coisas criadas.
Este domínio de Cristo sobre a criação é anunciado na 1ª Leitura pelo profeta Daniel em sua visão noturna: “E eis que, entre as nuvens do céu vinha um como filho de homem e foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7,13-14).
O mesmo tema é apresentado na 2a Leitura onde “Jesus Cristo é a testemunha fiel do mistério de Deus e seus desígnios de salvação do mundo”. Ele é o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. No Evangelho, Jesus que sempre se opusera a toda manifestação pública e fugia quando o povo queria proclamá-lo rei, encontra-se às vésperas de sua morte diante de Pilatos que lhe pergunta: “Então és rei?”, Jesus responde: “Tu o dizes, eu sou rei”. Antes, porém, declarara: “Meu Reino não é deste mundo”. A realeza de Cristo não está em função de domínio temporal algum, nem político! Ao contrário, a realeza de Cristo é de domínio espiritual e consiste em conduzir os homens à suprema verdade, libertando-os das trevas do erro e do pecado. “Para isto vim ao mundo” – diz Jesus – “para dar testemunho da verdade e todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Ser testemunho da verdade é para Jesus seu modo de ser rei. Sua missão é proclamar diante do mundo seu conhecimento acerca da vida divina. É estabelecer um nexo de comunicação entre Deus e os homens pelo qual eles cheguem a compartilhar da sabedoria divina, de tal modo que esta possa impregnar todo um estilo de vida.
Para que Cristo reine sobre nós, temos de consentir a vivência de seu amor em nossas vidas. Jesus reina em todo aquele que atende as leis espirituais de Deus que nele habita. Junto com Cristo, reina o Pai segundo as palavras: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23).
