LITURGIA / ANO C – 5º DOMINGO DA QUARESMA – 07/ABR/2019

* Quem não tiver pecado seja o primeiro a atirar a pedra! *


1a Leitura - Is 43,16-21

2a Leitura - Fl 3,8-14

Evangelho - Jo 8,1-11

Para libertar o povo do cativeiro da Babilônia (1ª leitura), Deus promete realizar novos e maiores prodígios: “Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca”. A profecia é também interpretada prefigurando o Novo Testamento em que Deus oferecerá, não literalmente uma estrada, mas seu Filho para ser “caminho”.

São Paulo, na 2ª leitura, usa ‘tintas fortes’ para exortar os discípulos a buscar este caminho e conhecimento de Cristo: “Considero tudo como lixo a fim de ganhar a Cristo” (Fl 3,8). No Evangelho que fala sobre a mulher adúltera, os inimigos de Jesus criam uma armadilha para pegá-lo. A lei de Moisés era bem clara em tais casos: ‘Se um homem cometer adultério com a mulher de seu próximo, o homem e a mulher serão punidos com a morte’ (Lv 20,10; Dt 22,22-24). O relator do texto menciona a intenção de seus interlocutores: ‘Eles assim diziam para pô-lo à prova, a fim de terem matéria para acusá-lo’. Jesus era conhecido como “amigo do povo e dos pecadores”. Como agiria agora quando a Lei era tão explícita? Não se tratava de uma consulta ao mestre Jesus, mas de uma cilada. Se respondesse em favor da mulher estaria infringindo a lei! Se respondesse contra a mulher, mostraria que não era tão amigo assim dos pecadores. A resposta de Jesus é totalmente inesperada: ‘Quem dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra’. Os acusadores começam a ir embora, ‘a começar pelos mais velhos’, sugerindo que a idade não os havia levado a amadurecer na virtude. Perante os acusadores Jesus não aceita ser examinado, mas torna-se ele mesmo examinador, não da mulher adúltera, mas dos seus acusadores impenitentes. Jesus não ‘desculpa’, isto é, não atenua a culpa da mulher e dos seus cúmplices, mas reconhecendo a gravidade do mal e a seriedade do arrependimento, Ele perdoa: ‘Nem eu te condeno… Vai, não tornes a pecar’ (Jo 8,11).

A mulher estava preparada para a morte, mas Jesus a despede viva, abrindo uma nova possibilidade de futuro. É notável como Jesus encarna a atitude de rejeição ao pecado e amor ao pecador. Isto foi magistralmente expresso por Santo Agostinho, quando ficaram sozinhos Jesus e a mulher: Só ficaram dois, a miserável e a misericórdia”. Perdão é dom divino. No sacramento da reconciliação, renova-se em cada cristão o gesto libertador de Cristo, conferindo a força do Espírito Santo para preservar a graça de Deus.

[Fontes:” A Palavra de Deus no Anúncio e na Oração” e “Intimidade Divina” / adaptação: Wilson].

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